Escrava Sexual [Adaptada]

CAPÍTULO 01 - DESEJO DE VINGANÇA

Olhei mais uma vez aquela foto. A pessoa que eu amava e que fora arrancada de mim muito cedo, junto com meus pais......minha irmã Carla. Mesmo depois de 10 anos eu me lembrava claramente da cena. Eu tinha apenas 13 anos. Carla tinha 10 anos. Nos amávamos muito. Éramos muito unidos. Carla às vezes tinha certos pressentimentos ou sei la o que era. Dizia que via pessoas, ouvia vozes. Muitas vezes dormia na cama dos meus pais, com medo. Aquele maldito dia foi um desses em que ela dormia la. Quando os homens do ordinário Billy Blanco invadiram a casa dos meus pais. Tudo por causa de uma briga por terras. Terras que sempre foram dos meus pais, por direito. Mas a descoberta de diamantes ali, fez Billy querer aquelas terras de qualquer jeito. E o único jeito que conseguiu foi mandando assassinar a minha família. Atiraram várias vezes em meus pais e depois atearam fogo. A pobre Carla dormia junto com eles. Ficaram tão irreconhecíveis que nem pôde ser feito um enterro decente para eles. Carla simplesmente virou pó. Eu ouvi aquilo tudo e por milagre consegui escapar. Provavelmente nem se deram ao trabalho de levantar meus cobertores. Se tivessem feito isso teriam descoberto que eu não estava ali.....mas já corria feito louco. Fiquei sozinho, com um ódio dentro de mim que só crescia a cada minuto da minha vida. Graças a Deus eu não fiquei sozinha. O destino colocou Marcos e Kátia em minha vida. Me adotaram e hoje eu fazia parte da família Aguiar. Não era apenas Arthur Queiroga Bandeira. Agora eu era Arthur Queiroga Bandeira Aguiar. Eles tinham dois filhos..... Chay e Micael. Felizmente também nos dávamos bem. Eu os amava muito. Mas isso não me impedia de ir contra os argumentos de Marcos. Eu só tinha uma coisa em mente: vingança. Eu viveria o resto dos meus dias para me vingar da morte dos meus pais. 

A família de Marcos era muito rica. Pude me formar em administração e trabalhava na direção da sua clínica médica. Micael tinha se formado em medicina e Chay em direito. Ambos eram contra minha decisão também. 

 

Achavam que o velho poderia me reconhecer. Mas era pouco provável. Na época eu era magricela, meus cabelos eram claros e viviam odiosamente penteados, quase colados a cabeça. Hoje eu estava alto, músculos bem definidos. Meu cabelo adquirira uma cor preta. E jamais esteve tão despenteado como agora. 

 

Não....ele não me reconheceria. Além do que me vira apenas umas duas vezes. 

E ele nem ia me ver agora. Meu alvo para atingi-lo era um só: sua neta. Decidi-me depois de ouvir as palavras de Marcos. 

 

- Está perdendo seu tempo, sua juventude, sua saúde com isso, Arthur. Não há nada que atinja Billy Blanco. Não tem escrúpulos, passa por cima de todos. Só há uma coisa que o faça demonstrar sentimentos: sua neta. É completamente louco por ela. Somente se acontecesse algo de ruim a ela ele iria sofrer algum dia. 

 

Então que fosse isso. Pesquisei a fundo. Passava horas estudando aquela família. Os pais de sua neta Lua morreram em um acidente de carro. Billy passou a cuidar dela. Estava agora em um colégio interno. Tinha 16 para 17 anos e para minha grata surpresa.....voltaria a morar com seu avô agora. Lua Blanco.....precisava apenas de uma foto dela agora. Depois cercá-la com meu charme.....e levá-la para o inferno. Obviamente que eu não iria matá-la. Mas o que eu faria com ela, deixaria seu avô louco. Ele poderia morrer por causa disso. E eu nem sujaria minhas mãos de sangue. 

- Mano...isso é loucura. Desista disso. 

 

- Não, Chay.....ele vai me pagar por cada minuto da minha vida, cada minuto em que chorei por causa da minha irmã que eu amava tanto. 

 

- Eu até entendo você, Arthur.....mas não acha...pouco provável que isso vá dar certo? 

 

- Por que pensa isso? 

 

- E se a garota não se interessar por você? 

 

- Eu não preciso que ela se interesse, Chay. 

 

- preciso apenas que ela confie um pouco em mim para que eu possa levá-la para nossa ilha. Onde o avô dela jamais irá encontrá-la. 

 

- Fiquei sabendo que ela chega hoje. 

 

- Sim.....eu soube disso também. E estarei la no aeroporto, como quem chega de viagem também....Preciso vê-la...não a conheço ainda. 

 

E foi isso mesmo o que fiz. Naquela tarde me dirigi ao aeroporto, aguardando a chegada do vôo que vinha da Suíça. Meu corpo se retesou ao perceber a figura de Billy Blanco também a espera. Já anunciavam a chegada do vôo. Fiquei mais alerta para não perdê-la de vista. Meus olhos ficavam cravados em Billy. Até que senti uma trombada em minhas costas. 

- O que...? 

 

- Me desculpe, senhor....ah....sou tão desastrada. 

 

A garota que quase me atropelara se abaixou para pegar sua bolsa. Me abaixei com ela e a ajudei. Ergueu seus olhos pra mim e sorriu. Era linda. 

- Obrigada....e me desculpe mais uma vez. 

 

- Não há de que. 

 

Se eu não tivesse outros planos para agora era bem capaz de tentar puxar uma conversa com ela. Era realmente linda.....e gostosa. Mas me livrei desses pensamentos e dirigi meu olhar até Billy. E qual não foi minha surpresa ao vê-lo abrir os braços......pra ela? A mesma garota que quase me atirou ao chão? Aquela era Lua Blanco? 

Eu sorri de puro contentamento. Aquilo ia ser muito melhor do que pensei. 

 

Nos dias seguintes eu me dediquei apenas a deixar tudo pronto na casa da ilha. Levei tudo o que precisava, cuidei da segurança. Fiz e refiz todo o meu plano. Agora era hora de conquistar a confiança de Lua Blanco. Meu competente amigo e detetive Guga Sabatiê estava me ajudando em tudo. Eu sabia perfeitamente todos os passos de Lua. Sabia por exemplo que hoje ela iria assistir a uma ópera. Eu odiava isso. Mas é claro....estaria la. Cheguei bem cedo...eu precisava vê-la chegando. Chegou num carro luxuoso, mas sozinha. Suspirei aliviado. Mas pelo visto o motorista ficaria esperando por ela. Vi quando ela se dirigiu ao camarote especial. Acertei na mosca. Era óbvio que ela ficaria ali. Tanto que comprei minha entrada exatamente para o mesmo lugar. Pouco tempo depois que ela se sentou eu caminhei ate la e me sentei na poltrona ao seu lado. 

- Com licença, senhorita. 

 

- Toda. 

 

Ela respondeu e ergueu os olhos do folheto que tinha nas mãos. 

 

- Oh.....você.... 

 

- Me conhece? 

 

- Do aeroporto....há uns dias.....quase atropelei você. 

 

- Ah....sim.....acho que agora me recordo. 

 

- Mas foi tão rápido. Se lembrou de mim assim mesmo? 

 

Ela ficou vermelha. 

 

- Seus cabelos me chamaram a atenção....são lindos. 

 

Dei meu sorriso especial e ela abriu a boca. 

 

Ponto pra mim. 

- Obrigado. 

 

- Como se chama? 

 

Estendi minha mão para ela. 

 

- Arthur....muito prazer. 

 

- Lu Blanco. 

 

- Lu? 

- Lua...mas gosto que me chamem de Lu. 

 

- Gosta de ópera, Arthur? 

 

- Adoro. 

 

Mentira deslavada. 

 

- Eu também. 

 

O lugar em que estávamos estava praticamente vazio. Então conversamos muito,quase não prestamos atenção à ópera. 

 

- Nossa...me perdi conversando com você. Meu avô vai me perguntar sobre ela e nem saberei responder. 

 

- Seu avô? E seus pais? 

 

- morreram há muitos anos. Agora moro com meu avó e duas sobrinhas dele. 

 

Sobrinhas? Isso era novidade pra mim. 

- Pelo menos tem companhia feminina então. 

 

- Sim....temos pouca diferença de idade. Nos damos muito bem. E sua família? 

 

- O que tem minha família? 

 

- Tem pais, irmãos? 

 

Precisei de um pouco de ar. 

- Sim... Moro com meus pais e meus dois irmãos. 

 

- Ah... Que bom isso. 

 

Lua tinha uma conversa agradável. Dava para perceber que era tímida... E uma presa fácil. Quase no final da ópera, eu me despedi. 

 

- já vai? 

 

- Sim... Precisa de uma carona? 

 

- Não... Meu motorista vem me buscar. Foi bom conhecê-lo. 

 

- Igualmente. Poderíamos nos ver... Qualquer dia... Jogar conversa fora. 

 

- Não sei... Talvez meu avô...

 

- Só uma conversa de amigos... Numa outra ópera... Sei lá... Qualquer coisa. 

Ela sorriu. 

 

- tudo bem. Quer meu telefone? Ou me da o seu? 

 

- Fazemos uma troca, que tal? 

 

- Perfeito. 

 

Os dados estavam lançados. Agora era só mais um pouquinho de paciência. 

 

Aproximei-me do seu rosto, quase roçando seus lábios, que se entreabriram e beijei seu rosto. 

 

- Foi um prazer, Lua. 

 

- digo o mesmo, Arthur. 

 

Ela me olhava mordendo os lábios. A diaba não precisava ser tão bonita, precisava? 

 

- Eu te ligo... Qualquer hora, Lua. 

 

- vou esperar. 

 

Sai dali completamente satisfeito. Muito mais fácil do que pensei. Minha vingança estava começando.

FIM DO CAPITULO 1