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quarta-feira, 18 de julho de 2012

"A Família Aguiar [Adaptada]"


CAPÍTULO SETE

Lua amava o rancho Elk Ridge. O famoso rancho acomodava uma variedade de convidados, oferecendo cabanas rústicas nas colinas ou quartos luxuosos no hotel. Além disso, o hotel possuía academia de ginástica, massagista, salão de beleza, uma loja de lembranças, uma nova boutique, um salão de jantar e piscina na área interna.
— Você está nervosa? — Arthur perguntou.
Sentou-se ao lado dele na caminhonete, com Miguel tagarelando na extensão da cabine.
— Um pouco. Mas também estou ansiosa. Você acha que as pessoas vão perguntar onde eu estive?
Arthur estacionou o veículo e abriu a porta de repente.
— Não sei. Algumas podem, mas estou bem certo de que o meu tio espalhou a história.
O pulso dela acelerou.
— Que história?
— Que Micael estava fugindo de alguns criminosos e que você estava com ele. — Observou enquanto Lua removia Miguel do assento do carro. — Eu não mencionei quem esses criminosos eram.
— A Máfia já não é mais forte como costumava ser.
— Mas eles ainda estão por aí.
— Sim.
Homens como Enrique Halloway ainda existiam, durões, homens ambiciosos restaurando as raízes do crime organizado, vivendo sob o seu próprio conjunto de regras.
Subiram pela varanda coberta, com Arthur carregando a bolsa de fraldas e o embaraçoso cercadinho. Lua levava Miguel, e o bebê olhou em volta, os olhos arregalados e curiosos.
Trabalhar com Mamãe e Papai.
A nova mamãe e o novo papai, emendou Lua. Antes disso, ela fora sua tia e Arthur apenas um estranho.
Apesar da inaptidão de Miguel para se expressar com palavras, sabia que a criança não se esquecera de Sophia e Mica. Dissipou estes pensamentos e entrou no hotel, parando no lobby. O hotel estava silencioso, mas em uma hora os hóspedes de Elk Ridge estariam na área do restaurante para uma verdadeira refeição country.
— Oh, mi preciosa!
Lua se virou para ver Maria Sandoval correndo em sua direção. Maria, a recepcionista do hotel, cuidara de Lua quando ninguém mais o faria.

Maria abraçou os dois e recuou para examinar o bebê, e então apertou uma das mãos no coração.
— Tão doce. Tão perfeito. Parece com o señor Arthur, no? — Concordando com a cabeça, Lua mexeu no nariz de Miguel. — Mas ele se parece com você também. Parece com os dois.
— Obrigada. — Lua sorriu. — Senti sua falta, Maria.
— E agora você está em casa. Agora você vai ficar de vez, no? — Lua não teve chance de responder. Arthur se aproximou delas, fazendo mais alarido do que seria necessário.
— Eu vou arrastar estas coisas para o seu escritório — disse ele a Lua, ajeitando a sacola de fraldas e chacoalhando o cercado.
Maria observou Arthur se afastar.
— Ele estava solitário sem você, señorita. Tão solitário. Mas zangado também, algumas vezes.
— Não era minha intenção ficar longe.
— Eu sei. Eu ouvi. — A recepcionista apertou a mão dela. — Você vai agora. Você trabalha. E eu vou pedir para o chef mandar o café-da-manhã. Para o bebê também.
O escritório de Lua parecia o mesmo. Tudo exatamente como havia deixado.
— Deixei os arquivos dos quais você vai precisar na sua escrivaninha — avisou Arthur. — Mas você terá que chamar Lorraine se necessitar de qualquer ajuda. Eu vou estar atolado durante a maior parte do dia.
— Tudo bem. — Lua sempre apreciou trabalhar com a assistente do chef. — Eu gosto de Lorraine.
— E você também gostou de estar de volta.
— Sim, gostei mesmo.
Seus olhos procuraram os dele, e ambos contemplaram um ao outro, envoltos subitamente no turbilhão provocado pela lembrança da tentativa de fazer amor naquela manhã.
— Preciso ir — disse Arthur.
Lua instalou Miguel no cercadinho. Então Arthur se despediu dela com um beijo, afagou o cabelo do bebê e saiu calmamente, fechando a porta atrás dele.

Arthur retornou ao escritório de Lua às três horas e o encontrou vazio. Silencioso. Sentiu-se só, imaginando como seria a sua vida sem Lua e Miguel.
Escondendo suas emoções, Arthur fechou a porta da sala de Lua, se preparando para voltar ao trabalho, para examinar as contas que se acumulavam no seu escritório. Não se importava de cuidar dos livros de contabilidade. Arthur sempre fora especialmente hábil com os números. Claro, ele preferia ficar ao ar livre, mas também passava boa parte do tempo interpretando o papel de cowboy do rancho, comandando danças no celeiro, passeios no campo de feno e piqueniques.
Atividades das quais Lua costumava participar com ele.
Assim que ele se aproximou do lobby, diminuiu o ritmo dos passos. Não ia doer perguntar a Maria a que horas Lua se fora, por que saíra mais cedo, quem a levara até a casa da fazenda.
Tinha o direito de saber. Não tinha?
Esperou Maria completar uma transação com um hóspede antes de falar com ela.
— Señor Arthur. — Ela o cumprimentou com seu sotaque carregado. Maria administrava a recepção no Elk Ridge desde o começo, tratando Arthur com respeito, mesmo quando ele era apenas um adolescente beberrão.
— Ei. — Arthur lhe acenou com um sorriso galante.— Quando ela saiu? — inquiriu, odiando a si mesmo por não conseguir apagar Lua da sua mente.
— Ela, quem? — Maria ergueu a cabeça, solícita. — Ah, se refere señorita Lua? Mais ou menos uma hora atrás. — Uma ruga amarrotou sua testa enquanto ela pensava o que dizer. — Miguel estava muito irrequieto. Não que ele não seja um bom menino. Mas é apenas um bebê, não é mesmo? Foi muita excitação por um dia.
— E quem os levou para casa?
— O señor Paco.
Arthur simplesmente concordou com um aceno. Sabia que o tio estava sempre à disposição.
— É melhor que eu volte ao trabalho. — Deu uma pancada leve com a palma da mão sobre o balcão da recepção, anunciando sua saída.

Um momento depois, Arthur desviou para longe do hotel e tomou a direção do ar revigorante de Hill Country.
Assim que a casa surgiu no horizonte, ele conduziu a caminhonete pela longa pista de cascalho e franziu a testa ao ver aquelas figuras na sua varanda. Lua e dois homens de terno.
O especialista em comunicações não poderia chegar antes do dia seguinte, e, além disso, avisara que estaria vestido como técnico de telefone comum. Então, por que os ternos?
Lua não parecia nem um pouquinho confortável. Estava de braços cruzados, toda a sua linguagem corporal tensa.
Arthur manobrou, os pneus cuspindo os cascalho para todos os lados. Lua e os engravatados se viraram, e pôde perceber o alívio no rosto dela.
Estacionou o veículo na vaga e ajustou a postura dos ombros, pronto para defender a mulher com quem estava dormindo. Alcançou os degraus da varanda, e Lua disse o seu nome.
— Arthur. — Sua voz pareceu tênue, levemente mais alta do que um sussurro.
Afagou a face dela com um beijo enamorado e encarou os engravatados, deixando que sua disposição para enfrentá-los ficasse bem clara.
Por um instante ninguém falou, então Arthur se dirigiu ao mais velho dos dois homens, um distinto espertalhão da cidade com têmporas grisalhas e um paletó escuro.
— Você se importaria em me contar quem são vocês?

O intruso exibiu um distintivo e uma credencial.
— Agente especial Sims.
FBI?
Ora, bolas. Arthur hesitou, estudou o brasão, a credencial do governo.
— Por acaso eu sou Arthur Aguiar. E esta é minha casa. Meu rancho. — Finalizando a apresentação, aproximou-se de Lua. — Minha mulher.
Sims inclinou a cabeça.
— Sim, nós conhecemos a senhorita Blanco. — Indicou seu parceiro. — Eu e o agente especial Hoyt.
Arthur deu uma espiadela em Hoyt. Trinta e poucos anos, cabelo avermelhado, gravata barata ligeiramente deformada. Voltou-se para Sims.
— Então, a respeito de quê é isso tudo?
O homem mais velho manteve uma postura profissional, um porte contido.
— Esperávamos que a senhorita Balnco pudesse nos ajudar a localizar Micael Borges.
Arthur xingou em silêncio, sentindo Lua se mexer desconfortavelmente ao lado dele.
— Sabemos que o senhor Borges é afiliado à Família da Costa Oeste — afirmou Sims.
— Micael está sendo investigado? — perguntou Arthur.

— Digamos que estamos interessados na sua associação com Enrique Halloway.
Os olhos castanhos de Lua se enevoaram.
— Eu já disse, não sei onde Mica está.
— Seu irmão está em apuros, senhorita Blanco. — O agente especial Hoyt conferiu aquele pequeno toque, então endireitou a gravata, sua pele sensível ressecada pelo vento. — E vocês devem torcer para que nós o encontremos antes de Halloway.
Ofendido, Arthur deu um passo adiante.
— Onde estava o FBI quando eu registrei a queixa no departamento de pessoas desaparecidas? Quando Lua e seu irmão sumiram do mapa? Por que ninguém me contou que Micael estava envolvido com a Máfia? E que minha garota acabou metida nessa confusão?
Hoyt, por seu próprio mérito, manteve sua posição, apesar de Arthur ter se esforçado ao máximo para empurrar o agente baixote e franzino contra a grade da varanda. 
— Não tínhamos conhecimento de que o senhor Borges era parte da Família da Costa Oeste naquele tempo.
— Micael fugiu com a filha do chefe.
— Naquela época, essa associação pessoal com a senhorita Halloway não o tornava suspeito de ser integrante da organização do pai dela.
Mas alguma coisa o fez, pensou Arthur. Uma investigação na qual o FBI estava trabalhando atualmente.
Sims tomou a frente mais uma vez. Entregou a Lua um cartão de visitas, e como a moça se recusou a aceitá-lo, ofereceu a Arthur.
— Acreditamos que podemos ajudar o senhor Borges.
— Como? — Arthur arrancou o cartão da mão do agente.
— Preferimos discutir isso com o senhor Borges. Por isso, se tiverem notícias dele, se ele os contatar, por favor, diga para nos procurar.

Dito isto, Sims sorriu brevemente, agradecendo a atenção e desejando um bom dia. Hoyt não fez nem uma coisa nem outra. Seguiu seu parceiro até o carro, deixando Arthur e Lua a sós.
Os joelhos de Lua enfraqueceram. Arthur continuou ao seu lado, forte e alto na sua camisa de algodão e jeans estilo cowboy. Sua rocha. Seu protetor.
Arthur se virou para Lua, uma ruga vincou sua testa.
— Você acha que podem ser uma dupla de capangas de Halloway se fazendo passar por agentes do FBI?
— Qualquer coisa é possível. — Qualquer coisa mesmo, ela pensou.
Arthur analisou o cartão na sua mão.
— Vou checar isso aqui. Vou me assegurar de que eles são mesmo o que dizem.
— Só queria que isso tudo acabasse. — Mas como acabar? Seu irmão seria caçado para o resto da vida, e ela continuaria a espiar por cima dos ombros, a desconfiar de todo mundo que aparecesse na sua frente.
— Vamos entrar. — Arthur abriu a porta, enfiou o cartão na sua carteira. — Onde está Miguel?
— Cochilando. Mas acho que devíamos dar uma olhada nele. — Para vê-lo dormir, para rezar para que a criança permanecesse sob seus cuidados para sempre.

Juntos, Lua e Arthur entraram no quarto do bebê, e ela avançou vagarosamente até o berço. Os olhos de Miguel estavam fechados, as pernas dobradas debaixo dele, o traseiro acolchoado apontando para cima.
— Está tudo bem. Vamos. — Arthur tomou a dianteira até a porta. — É melhor sairmos antes que acordemos Miguel.
Deixando a criança a sonhar, os dois foram para a cozinha, preparar café e esquentar croissants.
— Vim para casa para saber como foi o seu dia — explicou Arthur, adicionando quilos de pó no filtro de papel.
— Com exceção de Sims e Hoyt, tudo deu certo.
— Maria disse que Miguel estava irrequieto.
— Só um pouco. — Agora a lembrança a deixou angustiada. O bebê engatinhou pelo chão do escritório, puxou os fios do telefone, derrubou a lata de lixo e gemeu para ganhar a atenção dela. Da próxima vez, ela iria balançar o menino no colo em vez de perder a paciência e carregá-lo de volta para casa.
— Ele vai entrar na rotina. Vai se acostumar com o meu escritório.
Arthur encheu a garrafa de água. Ele fez um bule de café terrível, mas, naquele momento, Lua não ligou. Tudo o que importava era estar perto dele.

— Obrigada — disse ela.
— Pelo quê?
Por tratar o filho de Mica com carinho, por enfrentar aqueles homens, por chamá-la de sua mulher.
— Por ser meu amigo. — Lua encontrou o olhar dele, adorando-o. — E meu amante.
— Acredite em mim, o prazer é todo meu.
Ele se chegou para mais perto, e se beijaram durante todo o trajeto até o quarto, então desabaram na cama, chutando as botas para o alto, livrando-se das roupas.
Enquanto Lua atacava os botões da sua camisa, Arthur subjugou os delicados colchetes da blusa e procurou pelo fecho frontal do sutiã, abrindo-o com um estalo. O zíper da saia se revelou bastante fácil, mas a meia-calça o fez puxar e arrastar como um louco.
Arthur soltou um palavrão e Lua achou graça.
— Deixe-me ajudar.
A calcinha veio logo depois. O jeans e a cueca a seguir.
Em um momento de calma, envolveram um ao outro, abraçando-se apertado.
Lua percorreu o corpo de Arthur, fascinada pelos cordões de músculos. Perdida em memórias, ela circulou os mamilos dele, espalmou as mãos no centro do peito, traçou com o dedo um caminho até o abdômen. Lua queria dizer a Arthur o quanto o amava, mas temia que as palavras pudessem confundi-lo e, por isso, deixou que elas fossem levadas pelo vento, flutuando como folhas que caem no chão.
Ele deslizou as mãos pelos cabelos dela.
— Eu quero você.
— Eu primeiro. — Lua beijou seu umbigo, e a respiração dele se tornou ofegante, enviando arrepios eróticos para cima e para baixo através da espinha.

— O que você está fazendo comigo? — ele perguntou, muito embora ambos soubessem.
Lua desceu mais um pouco, provocando-o com a língua. As mãos gentis no seu cabelo se tornaram rudes, tomando sua nuca, puxando Lua mais para perto. O sangue de Lua fervia, o coração batia na garganta. Ela desejava aquilo tão intensamente quanto Arthur — o açoite do prazer, a marca abrasadora da boca no corpo.
A sensação deslizou sobre a pele, sobre a carne rígida e suave. Lua impôs o ritmo, a doce cadência do balanço.
Arthur a observava, seus olhos pareciam especialmente intensos.
Com a permissão de Arthur, Lua o tomou profundamente. Mais fundo do que jamais o tomara antes.
Sem avisar, ele a agarrou pela cintura, levantou seus quadris e se arremeteu dentro dela, provocando ondas de choque murmurantes.
— Faça — arquejou Arthur no seu ouvido. — Faça acontecer. — Uma pulsação golpeava entre as suas pernas. O calor crepitava em cada centímetro do seu corpo. O quarto girava em um mar de cores, um borrão de emoções em erupção.
Lua cavalgou Arthur, rápida e vigorosamente, exaltada para atingir o clímax com ele. Para fazer acontecer.
Arthur se movia com ela, seduzindo, provocando, cobrindo a sua boca e devorando-a.

Insaciável, persuasivo, ele a levou a alturas perigosas, e Lua sabia que jamais deixaria de precisar de Arthur, de querer, de desejá-lo.
Ele estava no seu sangue, no seu coração, na sua alma.
Quando ele jogou a cabeça para trás e perdeu a batalha, Lua se deixou levar, revolvendo o corpo além do limite e caindo nos braços de Arthur. No silêncio que se seguiu, Arthur a abraçou, e Lua se aninhou mais perto.
— Não posso fazer isso — desabafou Arthur.
Passou a mão pelas costas dele. Seus membros se transformaram em líquido e seus dedos derreteram como cera.
— Fazer o quê?
— Ficar aqui. Fazer carinho. Ficar excitado novamente.
— Por que você não pode ficar?
— Porque tenho que voltar ao trabalho.
— Por que não mais tarde?
— Nós vamos nos enrascar. Beijar. Ficar excitados de novo. — Ela roçou seu pescoço com os lábios, provou a salinidade de sua pele.
— Depois que eu alimente você?
— Me alimentar?
— Jantar.
— Isso parece perfeito. Trarei meu apetite. Para você. E sua comida.
Lua sorriu e tocou a face dele, e ele lhe deu um beijo terno e a deixou sozinha.

Arthur voltou do trabalho, esperando encontrar Lua alvoroçada em torno do fogão, preparando uma refeição de dar água na boca.
Adentrou a cozinha e seu estômago faminto murchou.
Nada, nem o mais leve aroma fustigava o ar. Nenhum chiado de carne frita, nenhum tempero, nenhum molho picante.
Procurou por Lua e a descobriu no quarto de Miguel, recostada na cômoda.
Miguel estava sentado no chão, entre uma parafernália brinquedos.
— O que está acontecendo? — indagou Arthur: Dulce tomou fôlego, mas não respondeu.
O som da voz de Arthur atraiu a atenção de Miguel, e o pequenino engatinhou na direção dele, tagarelando na língua ininteligível dos bebês.
— Ei, parceiro. — Levantou o menino nos braços, ainda aguardando a resposta de Lua.
— Diga alguma coisa Lua. — Qualquer coisa, pensou, enquanto pressionava a sua face no cabelo de Miguel, deixando que aquela maciez lhe fizesse cócegas.
— Enrique Halloway ligou.
— Quando?
— Não muito tempo depois que você saiu.
— O que ele queria?
— Que eu vá para a Califórnia.
— Não. Você não pode. Seria perigoso demais, muito arriscado, muito tudo.
— Sophia está morrendo, Arthur. Provavelmente, não vai passar desta semana.
— Isso é o que ele disse para você? Foi esse o truque que usou para atrair você de volta? E se isso for um estratagema? E se ele descobriu sobre Miguel? E se...
— Ele disse que Sophia quer me ver. Que ela tem perguntado por mim.
— E você acredita nele?

— Não sei, mas preciso arriscar. Se Sophia está no leito de morte, então ela tem o direito de me ver. De ver o filho pela última vez.
— E entregar o serviço para o pai dela? — Extremamente possessivo, Arthur apertou a criança que concordara em assumir. — Não vou deixar que você vá. Vocês dois vão ficar aqui.
— Vou pegar o primeiro avião. E levarei Miguel comigo.
— Eu vou com você. Mas nós vamos esperar mais um dia.
— Que benefício isso vai...
Arthur interrompeu a argumentação dela, expondo sua idéia.
— O especialista em comunicações vai checar as linhas de telefone amanhã. Não poderemos partir tranqüilos enquanto ele estiver aqui. E eu ainda preciso descobrir se Sims e Hoyt são aquilo que dizem.
— Como você vai conseguir fazer isso?
— Irei até um escritório local do FBI e pedirei que verifiquem as informações que precisamos. — De acordo com o cartão na carteira de Arthur, Sims e Hoyt foram enviados da Califórnia, mas isso não significava que a filial do Texas não poderia ajudar.
— Importa quem eles são? — perguntou Lua.
— Pode importar, para Micael. Eles garantiram que podiam ajudar seu irmão.
— Talvez, mas eu não tenho mais certeza em quem confiar. Em quem acreditar.
— Eu sei. — Arthur se aproximou, trazendo Miguel consigo, imaginando o que os próximos dias lhes reservavam.




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